Ignorem-me

Hoje não estou bem disposta, não me digam nada.

Amanhã é outro dia, vou prá praia do Moreno apanhar umas ondas, fazer figuras tristes, engolir uns pirolitos... pode ser que me afogue e não tenha de tomar decisões, eu que odeio tomar decisões, sobretudo as que podem não ter volta. Mas porquê fazer uma tempestade num copo de água? Sim, porque basicamente é só decidir entre uma pessoa viver uma vidinha patética e medíocre, mas medianamente contente, já não digo feliz, e uma vida de eremita, igualmente patética e solitária em que nem um mísero gato pode ter para falar (não que o gato percebesse ou me respondesse, that's not the point, but you know what I mean...). A cabeça diz-me para ficar lá, já o coração... vou ficando, simplesmente porque não quero dar dois passos para trás tendo dado 1 para a frente. Pode ser que me encante por um inglês (very unlikely), a improbabilidade é tal que até me dá vontade de rir, eu que nem estou sequer para esboçar um sorriso, tenha uma ranchada de filhos, não tenha que mexer mais uma palha na vida e viver dos benefícios, isso é que era, uma inútil, bem bom. Mas estúpida como sou, em vez de me deixar estar quietinha, ponho-me com estas duvidazecas todas, tão lindo. Já chega, não acham? Vou só ali para o canto continuar a ter pena de mim própria e amanhã já estou fina e não se passou nada. Seria tudo tão mais fácil não existir.